quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cesareana ou Parto normal?


O número de cesareanas feitas em portugal tem vindo a aumentar. "O número de partos por cesariana continua a aumentar em Portugal. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2006, 32% dos partos feitos em hospitais públicos foram por acto cirúrgico, um aumento de 5,4% face a 2004. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha 15% e a meta traçada pelo Governo é de 20%, para 2010."

"Luís Graça, presidente do colégio de especialidade da Ordem dos Médicos de ginecologia e obstetrícia, admite que algumas cesarianas são medicamente desnecessárias, mas salienta que taxas de 30% não se afastam muito de países como os EUA. O médico diz também que os 32% verificados a nível nacional não reflectem, por exemplo, o cenário no bloco de partos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde é director. Neste estabelecimento de saúde, as cesarianas têm diminuído, estando agora nos 28%. Luís Graça explicou existir ali «uma acção pedagógica com os profissionais», de modo «a não se fazerem cesarianas desnecessárias».Por outro lado, a tendência de haver mães mais velhas, em torno dos 40 anos, aumenta a probabilidade de cesariana, sendo que «a autonomia não é a mesma aos 20 e aos 40 anos», sublinhou o clínico."

"Já Carlos Santos Jorge, obstetra e ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Ginecologia, diz que se criou «a ideia de que a cesariana é mais simples, mais segura e mais rápida» do que o parto natural quando implica «riscos anestésicos, infecciosos e hemorrágicos». O médico salienta que, se alguma coisa corre mal no parto vaginal, a primeira pergunta é: «porque não fizeram uma cesariana?». Opta-se por «uma medicina defensiva» a fim de se correrem menos riscos, afirmou.Para além destas condicionantes, «há uma pressão maior das mulheres para ter o parto por cesariana», com base na «ideia de que o bebé sofre menos do que com parto vaginal»."

Segundo o jornal público, em onze países europeus, Portugal é o país com maior taxa de cesarianas, diz o relatório do Observatório Nacional de Saúde Pública (Onsa), ainda não publicado, ao qual o PÚBLICO teve acesso.

No brasil, as cesareanas já representam 44% dos partos. Em dez anos, entre 1996 e 2006, houve um aumento de 21%, de 36,4% para 44%. O sudeste e o sul registram as maiores taxas, com 52% e 51%, respectivamente.
Entre as mulheres que dispões de um plano de saúde, as que têm parto normal são uma minoria –apenas 19%.

O ministério da saúde iniciou neste ano a Campanha de Incentivo ao Parto Normal, com distribuição de panfletos, cartazes, filmes para TV e gravações para as rádios com mensagens sobre o processo do parto normal e a sua importância.
Estudos demonstram que bebês nascidos entre 36 e 38 semanas, antes do período normal de gestação (40 semanas) têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, acabam precisando de internação em unidades de cuidados intermediários ou mesmo UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.

Ser mãe é também saber esperar. Será que também isto temos de aprender?


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