quinta-feira, 6 de maio de 2010

Problemas gastro-intestinais na gravidez e medicamentos


NÁUSEAS E VÓMITOS
Afectam uma elevada percentagem de gestantes. Embora esta situação seja muitas vezes controlada com a mudança dos hábitos alimentares, pode tornar-se de tal forma grave que
seja necessário o recurso a medicamentos. A combinação doxilamina/piridoxina, os anti-histamínicos anti-H1 isolados (como o dimenidrinato ou a hidroxizina), e também a metoclopramida e as fenotiazinas não parecem apresentar aumento de risco de teratogenicidade.

PIROSE, AZIA
Causam elevado desconforto, pelo que o recurso a terapêutica medicamentosa é muitas vezes necessária. O uso de antiácidos (contendo cálcio, magnésio, alumínio, ou alginatos) e do
sucralfato (baixa absorção) é considerado seguro. Os sais de magnésio serão preferíveis aos de alumínio na grávida obstipada. O bicarbonato de sódio é de evitar, pelo risco teórico de alcalose metabólica e de retenção hídrica materna e fetal. Não há relatos de toxicidade associada ao simeticone/dimeticone, antiflatulento frequentemente combinado aos preparados antiácidos comercializados. Os fármacos anti-H2 também serão em princípio seguros, embora a sua utilização seja provavelmente pouco racional no contexto da sintomatologia dispéptica comum da grávida; também quanto aos inibidores da bomba de protões, dos escassos dados disponíveis, não há até ao momento, evidência de teratogenicidade.

DIARREIA AGUDA
Recurso essencialmente a medidas não farmacológicas. O uso de antidiarreicos deve ser de uma forma geral evitado. Os preparados probióticos regularizadores da flora intestinal (Lactobacillus acidophilus ou Saccharomyces boulardii), são considerados geralmente seguros, havendo inclusivamente estudos que incluíram o seu uso pré-natal na prevenção da vaginose bacteriana materna e de atopia na futura criança.

OBSTIPAÇÃO
A hidratação e o aumento de fibra na dieta são essenciais, com eventual recurso a expansores à base de fibra (farelo, bran, ispagula). Os medicamentos contendo cáscara sagrada, psyllium e senne são teoricamente de evitar, pelo risco de estimulação uterina. A lactulose pode ser uma boa alternativa em casos mais refractários.

HEMORRÓIDAS
Intercorrência frequente na gravidez que pode ser controlada com medidas gerais e os medicamentos tópicos habituais.

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