quarta-feira, 26 de maio de 2010

Crianças que mentem serão mais inteligentes?


Uma equipa de investigadores liderada por Kang Lee, do Institute of Child Study da Toronto University, fez uma investigação, e chegou à conclusão que as crianças que mentem são mais inteligentes.

No estudo participaram 1.200 crianças e jovens com idades entre os 2 e os 17 anos. Os cientistas verificaram que, aos 2 anos, apenas um quinto (20%) das crianças mostraram serem capazes de mentir, mas aos 4 anos, 90% das crianças analisadas mentiram.

A honestidade das crianças foi testada dando-lhes instruções para não olharem para um brinquedo colocado atrás delas. Pouco tempo depois, o investigador disse que tinha de sair da sala para atender um telefonema. No local estava uma câmara oculta, que registou as reacções das crianças. Quando regressou à sala, o investigador perguntou se ela se tinha virado para ver o brinquedo. Posteriormente, as respostas foram comparadas com o material gravado.

Numa entrevista à BBC, Kang Lee descansa os pais das crianças que mentem, afirmando que a precocidade destas ao mentir não indica que por mentir mais se tornem adultos desonestos. Significa sim, que estas crianças que são capazes de mentir em idades precoces são já capazes de elaborar complexos malabarismos mentais, que envolve guardar a verdade em algum compartimento no cérebro.

Quanto a mim, mentir precocemente pode ser sinal de inteligência, ou de algum desenvolvimento precoce, mas não deixa de ser errado, e a partir do momento em que a criança compreenda ( e se já tem idade para mentir, também tem para compreender), este comportamento deve ser desincentivado pelos pais, de forma a que a criança compreenda que mentir é errado. Caso contrário, se os pais incentivarem a mentira (até porque se a minha criança mente é mais inteligente que a dos outros que não mente), aí sim... estará a crescer um potencial adulto desonesto! Se quisermos, podemos fazer a mesma associação com outros comportamentos, para exemplo vou usar a palavra "tirar". Uma criança que constantemente tira o brinquedo a outra da sua idade, pode ser percebida como mais inteligente (ela quer um brinquedo, e vai buscá-lo, e não se interessa se outra está ou não a usar o brinquedo), é sem dúvida uma criança mais desinvencilhada ou afoita do que a outra. E este comportamento deve ser incentivado? Ou deverão os pais mostrar que é errado?
Infelizmente não existem cursos para pais, e cada um faz o seu melhor... pelo menos assim o esperamos (nós, a sociedade)! Mas cuidado... estudos como este, se mal interpretados tem um grande potêncial de perigo.
Em relação à inteligência e ao sucesso dos miúdos, é interessante rever este video.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Medicação da epilepsia na gravidez

Idealmente, o controlo das crises deve ser alcançado seis meses antes da concepção. Quando possível, deve tentar-se a suspensão da medicação, ou pelo menos a sua conversão para monoterapia nas doses mais baixas possíveis. Se tal não for exequível, deverá ter-se em conta que o risco de uma malformação congénita induzida pelos antiepilépticos, apesar de significativo, é claramente ultrapassado pelos riscos para a mãe e para o feto de uma epilepsia não controlada. Note-se ainda que o risco de malformações minor em filhos de mulheres epilépticas, mesmo quando não foram expostos a fármacos in utero, é mais alto que na população em geral.

O suplemento de folatos, sobretudo com o uso do valproato de sódio, um mês antes e durante pelo menos o primeiro trimestre da gravidez, tem revelado interesse na redução de algumas malformações, nomeadamente as relacionadas com o tubo neural.

Após o diagnóstico de gravidez, a medicação não deve ser alterada. Nesta altura poderá ser aconselhado o diagnóstico pré-natal, com recurso à ecografia e à amniocentese, para diagnóstico de anomalias associadas aos anticonvulsivantes. Deve ser efectuada a monitorização sérica daqueles, pois ocorrem alterações da farmacocinética durante a gravidez que podem diminuir a sua concentração sérica. A dose deve ser ajustada de acordo com a sua concentração, a frequência das crises e a ocorrência de efeitos acessórios.

Cerca de uma a três semanas antes do parto está recomendada a profilaxia da coagulopatia por deficiência dos factores dependentes da vitamina K.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Substitutos da nicotina na gravidez


A nicotinoterapia de substituição (pastilhas ou adesivos) ou a terapêutica com bupropiona não deve ser instituída durante a gravidez. No entanto, pensa-se que um exposição inadvertida de
curta duração durante o primeiro trimestre não causará provavelmente dano ao feto. Por outro lado, há autores que consideram que a utilização cuidadosa de adesivos de nicotina em mulheres
previamente grandes fumadoras (> 20 cigarros/dia) poderáter uma relação benefício-risco positiva.

domingo, 16 de maio de 2010

Problemas oftalmológicos na gravidez e medicamentos

À excepção dos antibióticos (ver aqui) e soluções salinas, os colírios oftálmicos reservar-se-ão para situações em que a relação benefício-risco seja clara. Os beta-bloqueantes em particular,
poderão associar-se a bradicardia fetal e neonatal.
Quais são os problemas oftálmicos mais frequentes na gravidez?
Durante os nove meses de gravidez, sintomas como o desconforto provocado pelas lentes de contacto, mudanças no grau, olhos secos, inchaço nas pálpebras e maior sensibilidade à luz são considerados comuns. Qualquer outra mudança deve ser investigada atentamente.

"Visão manchada ou distorcida, além da formação de pontos pretos nas imagens, podem indicar um problema muito mais sério e a necessidade de acompanhamento oftalmológico durante toda a gestação e ainda depois". Antes de engravidar, pacientes com algumas condições pré-existentes, como glaucoma, pressão alta ou diabetes, devem procurar a orientação de um médico oftalmologista para que as alterações da visão sejam todas monitorizadas.
Os problemas visuais mais comuns durante a gravidez:

1. Olhos secos: "Trata-se de um problema temporário e que tende a desaparecer logo após o nascimento do bebé. O ideal é usar lágrimas artificiais para garantir maior bem-estar no período de gestação."
2. Sensibilidade à luz: "Geralmente, esse é um dos sintomas da enxaqueca, que pode ser acentuada no período da gestação por conta das variações hormonais. Neste caso, é melhor conversar com o ginecologista antes de fazer uso de qualquer medicamento, ainda que esteja acostumada."
3. Mudança de grau: "As variações hormonais também podem acarretar mudanças refrativas, aumentando a graduação dos óculos ou lentes de contato. Pergunte ao seu oftalmologista se não podem deixar a correção para depois da gravidez, já que o grau ainda pode regredir."
4. Visão manchada: "Durante a gestação, existe a probabilidade da mulher desenvolver diabetes, sendo que a visão manchada pode indicar alto nível de açúcar no sangue. Nesse caso, o acompanhamento de um médico oftalmologista durante todo o período é fundamental."
5. Formação de pontos pretos na imagem: "Tanto a visão manchada como a percepção de pontos podem ser sinais de pressão alta durante a gravidez. O quadro exige acompanhamento médico, já que níveis muito elevados de pressão sanguínea podem provocar o descolamento da retina."

sábado, 15 de maio de 2010

Good cop vs Bad cop


É assim que o papá acha que se deve educar a xica. Hum...não sei bem...talvez funcione em algumas circunstâncias...mas sinto que há algo errado com este método. Tenho de pensar mais no assunto. O que acham?

Medicação da hipertensão na gravidez


A hipertensão está associada a cerca de 5-10% das gestações. As situações de difícil controlo com medidas não farmacológicas podem ser tratadas com metildopa. A hidralazina e o propranolol
são boas alternativas de segunda linha.
O propranolol deve ser suspenso 1 a 2 semanas antes do parto (risco de bradicardia e hipoglicemia neonatais) e, embora menos eficaz, pode ser substituído nessa altura por hidralazina.
Tem surgido evidência de que os antagonistas do cálcio, nomeadamente a nifedipina, poderão ser seguros na gravidez, mas são necessários mais estudos (risco de hipóxia fetal por hipotensão
materna). Os diuréticos são de evitar, devido ao risco de distúrbios electrolíticos no feto e trombocitopenia.
O uso de inibidores da enzima de conversão da angiotensina e de inibidores da angiotensina está contraindicado na gravidez pela sua demonstrada teratogenicidade, nomeadamente nos 2º e 3º trimestres. Em princípio, uma curta exposição acidental no início da gravidez não trará problemas, mas a mudança para outro anti-hipertensor deverá ser feita logo que a gestação seja diagnosticada.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

"É meu"

Nesta última semana a Francisca parece ter esquecido todas as palavras que já era capaz de dizer e só repete "meu" e "não". É impressionante...mas acaba por se tornar irritante. Há pouco a tia Lina dizia-lhe "pareces o sovina da vila moleza":

13 de Maio - História dos três pastorinhos

Medicação da asma na gravidez


O tratamento da asma na mulher grávida não varia, na sua essência, do tratamento da mulher não grávida: beta-agonistas, cromoglicato de sódio, nedocromil, brometo de ipratrópio, corticóides inalados. Pela maior disponibilidade de dados de segurança, serão possivelmente de preferir terbutalina ou salbutamol no caso dos beta-agonistas, e beclometasona, para a corticoterapia.
As xantinas reservar-se-ão para segunda linha e evitar-se-ão no último trimestre, devido ao risco de irritabilidade e apneia neonatal.
O uso de corticosteróides sistémicos, quando necessários nas exacerbações, parece ser seguro na gravidez; pode no entanto aumentar o risco de diabetes gestacional e, segundo alguns autores, induzir hipertensão.
Devido à sua introdução relativamente recente, os antagonistas dos leucotrienos (montelukast, zafirlukast) não serão opções de escolha na grávida, embora a sua utilização não pareça ser, em princípio, teratogénica.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Medicação para problemas respiratórios na gravidez


DESCONGESTIONANTES NASAIS
São de evitar, especialmente as formulações orais e na grávida hipertensa. Preferir-se-ão as soluções salinas nasais ou aerossolizadas.

MUCOLÍTICOS
O soro fisiológico aerossolizado e a hidratação são as medidas de eleição. A acetilcisteína e a bromexina constituem uma opção aceitável.

ANTITÚSSICOS
Embora não pareçam ser problemáticos, dadas as baixas doses habitualmente utilizadas, os preparados com codeína são de utilizar apenas quando indispensáveis, o que será em princípio raro. Atenção: os preparados contêm habitualmente múltiplos ingredientes de segurança não estabelecida. Será sobretudo prudente evitá-los no final da gravidez (risco de síndrome de privação no neonato).

ANTI-HISTAMÍNICOS
Clorfeniramina, difenidramina, loratadina são categoria B da FDA.

CORTICOSTERÓIDES INTRANASAIS
A utilizar quando benefício potencial significativo (categoria C, FDA).

Cesareana ou Parto normal?


O número de cesareanas feitas em portugal tem vindo a aumentar. "O número de partos por cesariana continua a aumentar em Portugal. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2006, 32% dos partos feitos em hospitais públicos foram por acto cirúrgico, um aumento de 5,4% face a 2004. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha 15% e a meta traçada pelo Governo é de 20%, para 2010."

"Luís Graça, presidente do colégio de especialidade da Ordem dos Médicos de ginecologia e obstetrícia, admite que algumas cesarianas são medicamente desnecessárias, mas salienta que taxas de 30% não se afastam muito de países como os EUA. O médico diz também que os 32% verificados a nível nacional não reflectem, por exemplo, o cenário no bloco de partos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde é director. Neste estabelecimento de saúde, as cesarianas têm diminuído, estando agora nos 28%. Luís Graça explicou existir ali «uma acção pedagógica com os profissionais», de modo «a não se fazerem cesarianas desnecessárias».Por outro lado, a tendência de haver mães mais velhas, em torno dos 40 anos, aumenta a probabilidade de cesariana, sendo que «a autonomia não é a mesma aos 20 e aos 40 anos», sublinhou o clínico."

"Já Carlos Santos Jorge, obstetra e ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Ginecologia, diz que se criou «a ideia de que a cesariana é mais simples, mais segura e mais rápida» do que o parto natural quando implica «riscos anestésicos, infecciosos e hemorrágicos». O médico salienta que, se alguma coisa corre mal no parto vaginal, a primeira pergunta é: «porque não fizeram uma cesariana?». Opta-se por «uma medicina defensiva» a fim de se correrem menos riscos, afirmou.Para além destas condicionantes, «há uma pressão maior das mulheres para ter o parto por cesariana», com base na «ideia de que o bebé sofre menos do que com parto vaginal»."

Segundo o jornal público, em onze países europeus, Portugal é o país com maior taxa de cesarianas, diz o relatório do Observatório Nacional de Saúde Pública (Onsa), ainda não publicado, ao qual o PÚBLICO teve acesso.

No brasil, as cesareanas já representam 44% dos partos. Em dez anos, entre 1996 e 2006, houve um aumento de 21%, de 36,4% para 44%. O sudeste e o sul registram as maiores taxas, com 52% e 51%, respectivamente.
Entre as mulheres que dispões de um plano de saúde, as que têm parto normal são uma minoria –apenas 19%.

O ministério da saúde iniciou neste ano a Campanha de Incentivo ao Parto Normal, com distribuição de panfletos, cartazes, filmes para TV e gravações para as rádios com mensagens sobre o processo do parto normal e a sua importância.
Estudos demonstram que bebês nascidos entre 36 e 38 semanas, antes do período normal de gestação (40 semanas) têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, acabam precisando de internação em unidades de cuidados intermediários ou mesmo UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.

Ser mãe é também saber esperar. Será que também isto temos de aprender?


terça-feira, 11 de maio de 2010

Medicação dos distúrbios psicóticos na gravidez

Os sais de lítio são indubitavelmente teratogénicos quando administrados no primeiro trimestre da gravidez. De qualquer forma, o problema que se coloca sempre é o da ponderação benefício-risco, tanto para os neurolépticos de que se tem maior experiência, como o haloperidol, como para os mais recentes, como a clozapina, a olanzapina ou o risperidone. Em geral, não existem estudos apropriados que documentem o risco destes fármacos na gestação humana e/ou a evidência existente é indirecta ou inconsistente. Como para todos os psicotrópicos,a generalidade dos autores recomenda uma abordagem individualizada e atenta, tendo em conta a natureza e a gravidade da doença de base.

domingo, 9 de maio de 2010

Depressão e sua medicação na gravidez


Cerca de 10% das mulheres sofrem de depressão durante a gravidez, podendo necessitar de suporte farmacológico, não obstante o apoio psicológico.
Apesar de alguns antidepressivos tricíclicos serem teratogénicos em animais, não se têm detectado diferenças significativas na ocorrência de malformações em relação à população geral, tornando-os uma razoável opção terapêutica na gravidez segundo alguns autores. Dos inibidores selectivos da recaptação da serotonina, a fluoxetina ou a sertralina (categoria B da FDA) poderão ser de primeira escolha pois já se dispõe sobre estes fármacos de relativamente mais dados de segurança.
Com os antidepressivos, a possibilidade de ocorrência de problemas perinatais como a prematuridade ou o síndrome de privação no recém-nascido, é baixa, transitória e independente da dose.
Em geral, aplicam-se os mesmos princípios dos ansiolíticos em relação à suspensão de terapêutica prévia à gestação.

sábado, 8 de maio de 2010

Ansiedade e insónia na gravidez

As benzodiazepinas não parecem ser teratogéneos humanos major. Há no entanto alguma evidência, ainda que pouco consistente, da sua possível associação (1º trimestre) com lábio leporino e outras malformações, pelo que a realização de uma ecografia de nível 2 é importante. Já a exposição prolongada no último trimestre se associa de forma mais consistente à síndrome
do “bebé mole” e sinais e sintomas de privação, pelo que neste estadio da gestação, se a sua utilização for imprescindível, poderão preferir-se os fármacos de curta duração de acção.

Nas mulheres que fazem terapêutica ansiolítica crónica, a sua suspensão súbita pode levar a síndromes de privação graves, à reagudização do distúrbio de base ou à substituição pelo
consumo de etanol. O benefício penderá nestes casos para a continuação da terapêutica se a patologia subjacente for grave, eventual substituição por buspirona (categoria B da FDA), ou desmame progressivo.

Ansiedade na gravidez




sexta-feira, 7 de maio de 2010

Febre, dores e problemas inflamatórios na gravidez


A aspirina (excepto se de baixa dosagem) e os antiinflamatórios não esteróides em geral podem induzir o encerramento do canal arterial fetal, oligoamnios, discrasia hemorrágica e prolongamento do trabalho de parto, pelo que não devem ser dados na segunda metade da gravidez, especialmente de forma continuada.

O paracetamol constitui o fármaco de eleição. A sua combinação com di-hidrocodeína é de evitar na gravidez, especialmente junto ao parto (risco de síndrome de privação).

Quanto aos inibidores selectivos da COX-2 (COXIBEs), estudos em animais demonstraram efeitos teratogénicos apenas para doses várias vezes superiores às equivalentes de uso clínico em humanos. Dada a relativa exiguidade de dados específicos e de experiência clínica com estes fármacos, é prudente a sua abstenção na grávida.

Não se dispõem de dados sobre os proteolíticos, como a bromelaína ou a tripsina/quimotripsina, mas sabe-se que o seu uso é seguro no aleitamento.

Os miorrelaxantes como a orfenadrina e o tiocolquicosido foram associados a teratogénese em estudos animais com altas doses (categoria C da FDA), não se dispondo de dados em humanos, pelo que deverão evitar-se.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Problemas gastro-intestinais na gravidez e medicamentos


NÁUSEAS E VÓMITOS
Afectam uma elevada percentagem de gestantes. Embora esta situação seja muitas vezes controlada com a mudança dos hábitos alimentares, pode tornar-se de tal forma grave que
seja necessário o recurso a medicamentos. A combinação doxilamina/piridoxina, os anti-histamínicos anti-H1 isolados (como o dimenidrinato ou a hidroxizina), e também a metoclopramida e as fenotiazinas não parecem apresentar aumento de risco de teratogenicidade.

PIROSE, AZIA
Causam elevado desconforto, pelo que o recurso a terapêutica medicamentosa é muitas vezes necessária. O uso de antiácidos (contendo cálcio, magnésio, alumínio, ou alginatos) e do
sucralfato (baixa absorção) é considerado seguro. Os sais de magnésio serão preferíveis aos de alumínio na grávida obstipada. O bicarbonato de sódio é de evitar, pelo risco teórico de alcalose metabólica e de retenção hídrica materna e fetal. Não há relatos de toxicidade associada ao simeticone/dimeticone, antiflatulento frequentemente combinado aos preparados antiácidos comercializados. Os fármacos anti-H2 também serão em princípio seguros, embora a sua utilização seja provavelmente pouco racional no contexto da sintomatologia dispéptica comum da grávida; também quanto aos inibidores da bomba de protões, dos escassos dados disponíveis, não há até ao momento, evidência de teratogenicidade.

DIARREIA AGUDA
Recurso essencialmente a medidas não farmacológicas. O uso de antidiarreicos deve ser de uma forma geral evitado. Os preparados probióticos regularizadores da flora intestinal (Lactobacillus acidophilus ou Saccharomyces boulardii), são considerados geralmente seguros, havendo inclusivamente estudos que incluíram o seu uso pré-natal na prevenção da vaginose bacteriana materna e de atopia na futura criança.

OBSTIPAÇÃO
A hidratação e o aumento de fibra na dieta são essenciais, com eventual recurso a expansores à base de fibra (farelo, bran, ispagula). Os medicamentos contendo cáscara sagrada, psyllium e senne são teoricamente de evitar, pelo risco de estimulação uterina. A lactulose pode ser uma boa alternativa em casos mais refractários.

HEMORRÓIDAS
Intercorrência frequente na gravidez que pode ser controlada com medidas gerais e os medicamentos tópicos habituais.

De volta para a Francisca


Foram os primeiros dias passados sem a piolha. Foram 3 e passaram a correr. Claro que senti muitas saudades da piolhinha, mas saber que estava bem entregue permitiu-me desfrutar destes dias sem estar agarrada ao telefone, e em vez disso, ficar bem agarradinha ao papá!

Ontem regressamos, e de inicio ela não nos ligou muito, para depois não nos largar. Achei que queria estar mais eu com ela, do que ela comigo. É incrivel o que 3 dias fazem, encontrei-a muito diferente, mais crescida e mais despachada. Da próxima vez, fica uma semana com a outra mamã!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Gravidez e Medicamentos


Cerca de 2-3% das anomalias congénitas são induzidas por medicamentos. A escolha do melhor tratamento para uma mulher grávida é problemática, dada a pouca informação existente nesta área.

Quando é aprovada a comercialização de determinado medicamento, o seu conhecimento
associado à gravidez limita-se aos resultados de estudos em fase pré-clínica em animais (frequentemente de difícil extrapolação para os humanos) e à exposição humana acidental
durante a gravidez.

Após a comercialização, mais dados vão sendo obtidos essencialmente a partir de relatos de casos e estudos epidemiológicos retrospectivos ou, prospectivamente, através da farmacovigilância. Como os estudos de teratogenicidade têm habitualmente grandes limitações em termos de dimensão das amostras, têm sido produzidas cada vez mais meta-análises. Fundamentalmente, não existe nenhuma abordagem que permita estabelecer de forma absoluta e definitiva a segurança e os riscos dos fármacos na gravidez.

A FDA (US Food and Drug Administration) definiu várias categorias de medicamentos com base no seu risco de teratogenicidade (Quadro II). Algumas outras instituições propõem classificações diferentes, embora com uma “filosofia” semelhante. A categorização da FDA, propõe a classificação dos medicamentos dentro de 5 categorias diferentes:

Categoria A Estudos controlados em mulheres grávidas não demonstraram riscos para o feto no primeiro trimestre, não havendo evidência de risco nos trimestres seguintes. A possibilidade de dano fetal parece remota, e considera-se ser seguro para utilizar na grávida.

Categoria B Estudos em animais não demonstraram risco para o feto e não há estudos controlados em grávidas, ou estudos em animais demonstraram um efeito adverso mas estudos controlados em grávidas não demonstraram esse risco.

Categoria C Estudos em animais não indicam risco para o feto e não existem estudos controlados em grávidas, ou não existem estudos animais ou humanos. O risco do uspo destes medicamentos não é conhecido, e o medicamento deve ser usado apenas se os potenciais benefícios justificarem o risco potencial para o feto.

Categoria D Existe a evidência de risco fetal humano, mas existem situações em que os benefícios podem prevalecer em relação ao risco (doenças graves ou que põem em perigo a vida em que outros fármacos são ineficazes ou têm um risco superior). O infarmed classifica-o como evidência fetal em animais, mas a necessidade pode justificar o risco

Categoria X Existe um risco definitivo baseado na experiência humana ou em estudos animais e os riscos prevalecem sobre os benefícios da grávida. O medicamento está contraindicado na grávida ou mulher fértil.

NR Não classificado

As CONDIÇÕES AGUDAS E SINTOMÁTICAS são muitas vezes autolimitadas e minor e, portanto, é consensual que o tratamento não medicamentoso deve ser preferido sempre que possível. Ao decidir-se pelo tratamento médico, deve-se:
– quando possível, deferir o seu uso para depois do primeiro trimestre;
– usar a mais baixa dose eficaz e durante o mais curto lapso de tempo possível;
– evitar o uso de medicamentos novos, a menos que o seu perfil de segurança seja bem conhecido.

Uma listagem com todos os medicamentos e a sua classificação pode ser consultada aqui.

sábado, 1 de maio de 2010

Fazer o bebé arrotar

Há alguns dias atrás alguém perguntava-me se os bebés arrotam sempre? Eu respondi que isso depende dos bebés...eu ficava imenso tempo à espera, e a Francisca muitas vezes (a maior parte das vezes), não arrotava. Portanto, depende de bebé para bebé, e cada mamã é que sabe melhor como funciona o seu.
De qualquer forma, decidi colocar aqui um video sobre como facilitar a arrôto do bebé...

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